ESPECIAL ENCONTRA 2019: Resumo e relatos dos associados

Delegação” da ATP-Rio no EnconTra 219 (fotos Atpiesp)

Organizado pela Atpiesp, o 2º Encontro Nacional de Tradutores Públicos e Intérpretes Comerciais, evento do grupo Juramentados Unidos, aconteceu nos dias 28 e 29 de setembro de 2019.

Vários associados da ATP-Rio estiveram presentes e escreveram relatos para os colegas que não puderam comparecer terem uma ideia do que foi debatido e de como transcorreu o evento.

Cliquem nos links abaixo para ler cada artigo. Espero que gostem!

Resumão e relato de Marise Barros

Resumo e relato de Marcia Pietroluongo

Relato e impressões de Sandra Possas

Impressões e comentários de Adriana Rieche

 

Fotos oficiais do EnconTra 2019: https://www.facebook.com/ATPIESP/ 

 

Delegação” da ATP-Rio no EnconTra 219 (fotos Atpiesp)

Delegação” da ATP-Rio no EnconTra 219 (fotos Atpiesp)

“Delegação” da ATP-Rio no EnconTra 219 (fotos Atpiesp)

 

Resumão e relato de Marise Barros

Que turbilhão foi o EnconTra 2019! Que alegria voltar a encontrar colegas de várias partes do país reunidos no coração da cidade de São Paulo, recepcionados com todo o carinho pelo pessoal da Atpiesp.

(Foto Atpiesp)

Logo na abertura, Monica Hruby fez um panorama da atuação do Juramentados Unidos (JU) desde sua criação, em 2015. Foram cinco anos de atividades intensas – e pensar que as associações pouco se conheciam antes disso! Hoje, as presidências e vice-presidências das oito associações de TPICs que existem no Brasil (que formam o grupo JU) reúnem-se presencialmente uma vez por ano e se falam diariamente por e-mail ou WhatsApp, discutindo as questões e “pepinos” que caem nos nossos colos dia sim outro também. Como disse Monica em um momento de sua palestra, “o PL foi muito bom para os TPICs”. O PL – aquele que nos tira o sono desde 2016 – proporcionou uma união nunca vista. E um interesse inédito entre os TPICs – todos os presentes ao EnconTra 2019 estavam ávidos por informações, boquiabertos com as atuações e querendo participar mais para tirar dúvidas e ajudar.

(Foto Atpiesp)

Em linhas gerais, Monica mostrou na linha do tempo a reunião que criou o JU e as reuniões anuais subsequentes; o momento em que a “bomba” estoura: o PL 4625 tramitando, naquele momento, em urgência; a construção de todo o trabalho de atuação no Congresso – literalmente do zero; os impactos das mudanças de governos (Dilma-Temer-Bolsonaro) e renovação do Congresso; o trabalho de redação de notas técnicas e substitutivos; a construção, junto com o relator, de um substitutivo para o PL como queríamos; e, então, a parada: o relator não chega a apresentar o substitutivo durante o seu mandato. E não foi reeleito. Entra em cena o novo susto: a retomada do PL, entrando como prioridade de Paulo Guedes, com outros 29 PLs, para destravar a economia. O JU – e Monica como sua representante em Brasília – precisariam começar do zero todo o trabalho tanto no Congresso como com o Drei (Departamento Nacional de Registro Empresarial e Integração). E assim foi feito! Contando com uma corrente de ajuda de TPICs de todo o Brasil! Mais uma nota técnica redigida, muitas conversas mais, exposição incansável da importância do nosso ofício e da necessidade de itens no PL que garanta a segurança jurídica e conquista de apoios fundamentais para um novo substitutivo.

Ainda na linha do tempo, algumas das muitas outras ações do JU, como participações em diversas edições do ENAJ (Encontro Nacional das Juntas Comerciais) – a mais recente este ano, em Foz do Iguaçu; atuação firme com relação à Apostila de Haia, com a vitória, após procedimento junto ao CNJ, de nosso pleito de que somente traduções públicas possam ser apostiladas; conquista do depósito do sinal público no cadastro da Arpen; aproximações críticas e proveitosas com a Arpen e a Anoreg; trabalho impressionante junto aos cartórios – todas as associações trabalharam os cartórios em seus estados. E por último – e importantíssimo – a participação, agora em outubro, no Fórum Internacional da Apostila de Haia, em Fortaleza. O fórum contará com a participação de dignitários do mundo inteiro e nós – os TPICs do Brasil – fomos convidados! O JU comparecerá com diversos representantes.

Dá para acreditar que esse trabalho todo é voluntário? Como disse a Monica: “Estou lá pelo grupo Juramentados Unidos e o grupo Juramentados Unidos são vocês!”

Ufa! Muito para absorver em tão pouco tempo.

Mas ainda tivemos muito mais.

O advogado Daniel Douek falou sobre a Lei de Tratamento de Dados – LGPD, que entrará em vigor em agosto de 2020, e suas implicações para nós em termos de nível adequado de proteção de dados e rastreabilidade dos dados. A ATP-Rio informará melhor aos associados no tempo oportuno.

Ernesta Ganzo, presidente da ACTP, falou sobre inovação tecnológica na lauda e mostrou que está anos-luz na frente de muitos de nós. Temos que correr para pegar esse barco já!

A presidente da Astrajur-RS, Claudia Antonini, falou sobre os conflitos gerados pelas nossas regras e as regras dos Tribunais e sugeriu uma forma de solucionar isso, por meio de um estudo do JU e propostas a serem feitas ao CNJ em relação ao tema, “visando esclarecer o conflito” e “estabelecer regras que pacifiquem o problema”. A Astrajur-RS se colocou à disposição das ATPs e do JU para:

 

Podemos mesmo, Claudia!

Respira, leitor, ainda tivemos muito mais!

O simpático Pablo A. Palacios, tradutor público de Buenos Aires, conquistou toda a plateia ao traçar um panorama da tradução pública na Argentina. Foi um momento descontraído e importante para conhecermos uma realidade diferente da nossa.

Carolina Diniz, presidente da ATP Minas, deu uma pincelada no que seria o papel do Tradutor Público 4.0.

Acabou? Sim, mas só primeiro dia! Quem disse que estávamos cansados? Participamos do excelente coquetel oferecido pela Atpiesp no próprio local do evento. E emendamos com uma simpática e animada comemoração do Dia do Tradutor no bar gourmet Wanderlust – literalmente do outro lado da rua. Muito bom trocar ideias e confraternizar com colegas de outras partes do país.

Todos descansados depois de uma boa noite de sono (será?), o segundo dia começou muito bem, com dois workshops simultâneos. Fui ao do colega Jorge Rodrigues, que fez uma apresentação muito proveitosa para o dia a dia dos TPICs (O trabalho do TPIC no terceiro milênio), onde deu dicas práticas sobre o registro do sinal público; e-CPF e certificação digital; novos meios de pagamento à disposição hoje; o papel timbrado para as traduções com certificação digital; softwares de auxílio à tradução; o passo a passo da tradução, abarcando todos os processos explicandos antes; como fica a tradução assinada digitalmente. Fica a dica de que é preciso nos modernizarmos!

Em seguida, assistimos à Mesa Redonda com as associações, em que cada presidente falou um pouco sobre as ações de sua associação: Atpiesp pretende realizar iniciativas para integrar mais os TPICs do litoral e do interior; ATP Minas falou de diversas ações, como reformulação do site, processo no MP contra aumento do valor da Apostila e comemoração de 10 anos de posse dos TPICs do último concurso; a ATPP falou do sucesso de seus esforços de renovação e de conquista de associados a partir de 2012; A ATP Goiás falou do foco em problemas como ociosidade dos TPICs do estado e do trabalho junto aos cartórios; Astrajur RS falou do trabalho que vem realiando de assessoria jurídica aos associados e da criação de um banco de provas dos casos de ilegalidades (todos podem enviar essas provas para a Astrajur), oferecendo-se também a ajudar a construir as respostas para os casos, além de cursos que vem dando em parceria com a ACTP; a ACTP falou da necessidade de fortalecermos as associações e de que nossa voz seja única; e a ATP-Rio falou de como a representação do JU conjuga todos esses esforços individuais, que nosso trabalho voluntário é em prol do bem comum e que a ATP-Rio contratou advogado criminal para apresentar uma denúncia – o início de um trabalho de formiguinha que visa coibir toda a “bandidagem” que ataca o nosso ofício.

Só isso já estaria bom e valendo muito a pena! Mas não acabou!

(foto Atpiesp)

Ainda tivemos palestra de Fernanda Castro, Superintendente da Anoreg-BR, falando sobre o novo sistema integrado da Apostila de Haia e muitos aspectos que os TPICs precisam conhecer.

Após o almoço, os colegas se dividiram por idiomas e debateram questões específicas com que se deparam em sua prática – este momento recebeu o simpático nome de Encontrinha.

Marisol Mandarino, da ATP Minas, apresentou o trabalho que liderou com o JU para montar um banco de dados que será usado como o Cadastro Nacional de Tradutores Públicos e Intérpretes Comerciais pela Fenajur – a Federação Nacional de Juntas Comerciais!

Roger Chadel deu uma pincelada sobre ferramentas de tradução.

E Andrea Doris, presidente da ACTP, apresentou o resultado de sua pesquisa com TPICs, fazendo um panorama da Tradução Juramentada no Brasil. Trabalho interessantíssimo, com alguns resultados surpreendentes.

Foi assim o Encontra 2019, com essa gigantesca quantidade de informações interessantíssimas concentradas em dois dias. O próximo será em 2020, em local a ser decidido. Comecem a se programar, pois este evento – o único exclusivamente para Tradutores Públicos – é imperdível!

(foto Atpiesp)

 

Relato de Marcia Pietroluongo

O EnconTra 2019, 2º Encontro Nacional de Tradutores Públicos e Intérpretes Comerciais, foi realizado em São Paulo nos dias 28 e 29 de setembro, tendo sido organizado pela Atpiesp, com a colaboração do Juramentados Unidos, grupo composto pelas associações ATP-Rio, ATPP, ACTP, Astrajur RS, ATP Minas, ATP-GO e Acetesp.

As apresentações foram bem diversas e se iniciaram com a conferência de nossa Presidente, Monica Hruby, tratando dos Desafios enfrentados pelo Grupo Juramentados Unidos, suas articulações e conquistas.

Vários temas de interesse foram tratados concernentes:

à segurança (A Lei de Tratamento de Dados afetará a Tradução Pública? Uma discussão – Daniel Douek);

à inovação (Inovação tecnológica na lauda – mais celeridade, segurança jurídica e combate à ilegalidade – Ernesta Ganzo; O trabalho do TPIC no terceiro milênio – Jorge Rodrigues);

ao uso da tecnologia para maior eficácia e segurança (Vantagens e desvantagens da assinatura digital gratuita em pdf – Raquel Schaitza; Novo Sistema Integrado de Apostila – Fernanda Castro; CNTPIC – Cadastro nacional de Tradutores Públicos e Intérpretes Comerciais – Marisol Mandarino; As vantagens do uso de ferramentas CAT para traduções juramentadas – Roger Chadel);

a linhas de atuação do TPIC (Tradutor Público 4.0 – Questões identitárias e linhas de ação futura – Carolina Ribeiro Diniz);

às realidades vividas no cotidiano do ofício  (Tradutores e Tribunais – Regras em conflito –  Claudia de Ávila Antonini) (A realidade da tradução na Argentina – Pablo A. Palacios) (Realidade e desafios enfrentados pelos colegas Brasil afora – Encontrinha)

O evento foi encerrado com uma palestra sobre o Panorama da Tradução Juramentada no Brasil, proferida por Andrea Andri Doris, que iniciou um mapeamento da categoria.

Fui ao primeiro EnconTra, que havia sido bom, mas pude constatar que essa segunda edição amadureceu bastante e está encontrando um formato bem interessante e útil para os TPICs. Vale a pena conferir o próximo. Foi ótimo ter sido sorteada pela ATP-Rio, que proporcionou minha inscrição para o evento este ano!

 

Relato de Sandra Possas

Mais uma vez o Encontra ofereceu um grande fórum para TPICs de todo o Brasil revisitarem aspectos fundamentais de sua prática e atualizarem-se sobre vários assuntos de seu interesse.

O impacto da tecnologia, entre outros, esteve presente em várias apresentações, desde a inovação do depósito do sinal público dos TPICs em todos os cartórios de registro civil, até o uso de assinatura digital nas traduções com as consequentes implicações de segurança, legitimidade, autenticidade e atendimento a clientes sem limitação de território geográfico.

Fica cada vez mais clara a necessidade de padronização de práticas e procedimentos, do trabalho de aproximação das Juntas Comerciais e outros órgãos reguladores tais como a Arpen e Anoreg, e o rigor no cumprimento das obrigações dos TPICs.

Há que se destacar o trabalho incansável e extremamente profissional do grupo Juramentados Unidos, na defesa dos interesses dos TPICs e da preservação da segurança representada pelas traduções públicas de documentos oficiais.

 

Impressões e comentários de Adriana Rieche

No geral, achei o evento bom e com boa programação. Importante conhecer outras realidades e como afetam (ou podem afetar) nosso trabalho. As palestras “Lei de Tratamento de Dados” e “Tradutores e Tribunais”, por exemplo, para mim, foram novidade.

A Mesa Redonda das Associações foi ótima e mostrou o compromisso de cada uma com a nossa profissão.

A palestra do nosso colega da Argentina também foi muito interessante. Eu já sabia que lá é preciso fazer um curso universitário para ser tradutor juramentado, mas não tinha ideia de que não tinham fé pública.

Destaque também para a apresentação sobre o Novo Sistema Integrado da Apostila. Bom ver alguém do nosso lado e falando com propriedade sobre nosso trabalho.

Quanto ao Cadastro Nacional de TPICs, me pareceu uma ótima ideia. Eu não conhecia.

Aliás, o ponto que mais me chamou atenção foi o fato de muitos colegas ainda não terem conhecimento do trabalho realizado pelos Juramentados Unidos – revelado não só na apresentação da Monica [Hruby, presidente da ATP-Rio], mas no resultado da enquete. O que mais pode ser feito para divulgar o trabalho?

Somos uma categoria pequena e bem variada, com diferentes faixas etárias, grupos de clientes e interesses, espalhados em estados que enfrentam situações bem específicas (pensei logo em Goiás, com sete tradutores) e juntas comerciais também bem diferentes entre si. A ideia de uma federação e de uma tabela nacional é muito bem-vinda por vários motivos. Consolidaria também nossa união, que, aliás, não é nada fácil de alcançar. A enquete apresentada mostrou como é difícil conseguir traçar nosso perfil – dos mais de mil e-mails, apenas um pouco mais de duzentas pessoas responderam e, mesmo assim, grande parte de São Paulo. Ainda assim, a maioria respondeu que a tradução juramentada corresponde a até 25% de sua renda. Ou seja, somos poucos e ganhamos pouco.

O Encontrinha foi uma ideia interessante, mas que poderia ter sido melhor explorada: o pessoal de inglês tem problemas sérios, começamos a esboçar alguma linha de ação, mas ficou um tanto solto.

atp

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